Sobre o Autor

Foto: Luiza Coelho

Formado em Relações Internacionais com especialização em Gestão de Negócios, Rodrigo Bodstein atua hoje filmando, editando e produzindo conteúdo em uma emissora de televisão. Começou como editor de texto, em 2011, em um projeto sobre os dez anos da tragédia do 11 de setembro nos EUA. Pouco tempo depois, teve a oportunidade de começar a editar vídeos também. A nova função representou um desafio para Rodrigo Bodstein. A mudança foi um marco na vida do profissional. “Aprendi na prática e observando os colegas”, comenta.

A primeira vez que pegou em uma câmera de vídeo foi durante um projeto da empresa que é contratado. “Me colocaram para filmar e editar matérias durante as eleições para prefeito de 2012. Gostaram do meu trabalho e decidi estudar fotografia para aprimorar. Foi uma tentativa de fazer uma engenharia reversa. Voltar à base para evoluir”, conta Rodrigo Bodstein.

Com o tempo, apurou o olhar e duas linhas foram surgindo: a documental e a abstrata. “Logo que comecei a fotografar, o Geneton Moraes Neto [escritor e jornalista] me convidou para registrar o documentário dele, o ‘Dossiê 50: comício a favor dos náufragos’. Eu o admirava e aceitei antes que ele terminasse a frase. Desse registro surgiram a capa do livro e as imagens para o filme. A partir daí vieram outros projetos, mas, cada vez mais, filmando e fotografando”, afirma ele.

A fotografia representou para Rodrigo Bodstein não somente um novo caminho profissional, mas suscitou uma transformação pessoal. “Me interessava captar a cada foto a relação entre o elemento fotografado e o seu observador. Quando ressignifico as imagens, consigo expandir o elemento registrado pela câmera, dar novas formas e cores. Então, cada pessoa que tem contato com a obra faz a sua interpretação a partir da sua história, gerando uma comunicação singular com aquele elemento. Ou seja, ele tem a sua identidade de acordo com quem faz a avaliação. É um universo que tem sua força no mistério”, define o fotógrafo.

Rodrigo Bodstein acredita que a sua incursão no mundo das cores e formas abstratas teve como base as experiências anteriores. “Em Relações Internacionais eu sempre me interessei pela parte teórica. O que me fascinava era como cada teoria propunha uma forma de enxergar o mundo e as relações entre os elementos mudava radicalmente. Dependendo do recorte, a realidade se transformava”, avalia. A miopia e astigmatismo favoreceram o seu trabalho. “Sempre observei texturas e via as coisas de perto. Como a luz recai sobre os objetos, sobre a pele”, justifica.

O equilíbrio da luz, a harmonia e as relações entre cada elemento de uma imagem são os instrumentos de trabalho desse profissional da imagem. “Me interessa sempre explorar as linhas de força na imagem e o que não parece exatamente certo. As imperfeições, as texturas, os planos que se sobrepõem, as tensões com a simetria, o uso das cores. Tudo faz parte de um processo de desvendar as relações entre inúmeros elementos. O que faço é baseado nisso. Relação, proporção, tensão”, destaca o fotógrafo sobre o seu processo de criação.

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